QUEM SABE, FAZ
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C. B. M.: Dos 23 aos 45.
No último ano de faculdade (Engenharia – UFRJ – 1991), recebi a proposta de fazer um trabalho voluntário no México para trabalhar com crianças e adolescentes. O conflito foi instaurado pois estagiava na Souza Cruz, empresa com uma grande possibilidade de contratação e ótimo plano de carreira e a oportunidade de fazer um trabalho como esse, que me pareceu, na época, único e de grande valor para minha formação como ser humano. Meu pai somente me pediu que terminasse a faculdade e depois eu podia fazer o que quisesse.
Vivi dois anos no México trabalhando com crianças e jovens ligados ao Instituto Irlandês de Monterrey, na cidade de Monterrey, estado de Nuevo Leon, México. Aprendizado enorme conhecendo pessoas de vários países enquanto organizava acampamentos por diversas cidades do México e Estados Unidos. Ao término do período de colaboração a segunda grande decisão da minha vida: Ficar ou voltar para o Brasil?
Quando voltei ao Brasil, administrei uma escola irmã na Barra da Tijuca. Foi uma ótima oportunidade de gerir pessoas, lidar com os mais diversos perfis profissionais e conhecer de perto as dificuldades de se manter uma escola no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes percebi que não havia muitas oportunidades de crescimento profissional e por isso alterei novamente o rumo da minha vida. Iniciei um curso de prótese dentária e dois anos depois já estava trabalhando na área para adquirir experiência e montar meu próprio negócio. Um pouco menos de dois anos trabalhando em um conhecido laboratório foi suficiente para conhecer bem o negócio e adquirir os equipamentos que necessitava para montar o meu próprio laboratório. Prospectei clientes, preparei meu plano de marketing e em duas semanas estava ganhando mais do que ganhava como empregado no outro laboratório.
Fui o responsável por devolver os sorrisos de muitas pessoas até que em 2003 a maioria dos meus clientes (dentistas) começou a reduzir sua exigência de qualidade e começaram a enviar a maioria dos trabalhos para outros novos laboratórios que se multiplicavam pela cidade. Para mim somente restavam trabalhos de filhos, maridos, mães, esposas, etc, ou seja, aqueles em que a qualidade era fundamental. Mais uma fase se concluía na minha vida e uma lição foi aprendida: Assim como um mecânico de automóvel pode destruir seu carro sem você saber e nem desconfiar, da mesma fora um dentista pode destruir sua boca. Uma pena, pois era uma profissão muito linda.
Decidi enviar meu humilde currículo à Catho. Algumas semanas depois fui chamado por uma empresa para prestar serviço em uma outra grande empresa Brasileira. Nos cinco anos seguintes, minha vida foi transformada com a mudança da rotina diária e também com o divorcio. Nesse momento vulnerável decidi que minha vida precisava mudar de rumo novamente. Precisava de algo mais estável e seguro. Decidi estudar para concurso e tentar me tornar empregado concursado da empresa na qual eu prestava serviços. Em 2010 fiz um concurso e passei. Trabalho agora na Universidade Corporativa desta empresa e tenho contato com áreas muito interessantes da companhia. Lá posso estudar, desenvolver cursos e promover eventos que integram saberes e pessoas de várias áreas, cada uma com uma história de vida incrível, dentro e fora da companhia. É um ambiente muito rico.
Por enquanto não desejo mudar o curso principal de minha vida, mas paralelamente vou me dedicando a projetos e atividades como o design e produção de joias, à computação gráfica, edição de vídeos, ao desenho e pintura, às artes marciais, em especial ao Jiu-Jitsu, e ao contato com a natureza fazendo trilhas e mergulhando sempre que possível.
Ainda tenho alguns projetos em mente, mas isso, será assunto para um outro momento. Afinal, ainda estou escrevendo a minha história!
Grande abraço Jucelino!
C. B. M.